Na infância, o desenho concretiza-se como uma das primeiras formas de expressão, representação e comunicação. Por meio de diferentes recursos, riscadores e suportes, as crianças exploram diversas possibilidades, realizam representações gráficas, criam hipóteses, expressam sentimentos, desenvolvem a criatividade e a imaginação. 

O desenho é objeto de estudo por parte de psicólogos, pedagogos, artistas e educadores. Existem diversas teorias e interpretações a respeito da produção gráfica infantil, assim como vários enfoques possíveis quando ela é analisada, seja pelo aspecto revelador da natureza emocional e psíquica da criança, seja pela análise da linguagem gráfica tomada em seu aspecto puramente formal ou simbólico ou até mesmo pela capacidade de o desenho demonstrar o desenvolvimento mental da criança (DERDYK, 2020).

Entre as contribuições de diversos teóricos para a construção do alicerce do entendimento do grafismo infantil, destacamos as fases do desenvolvimento descritas por Piaget, são elas:

– Garatuja Desordenada – Traçados espontâneos, movimentos amplos e desordenados, com traços em vários sentidos. 

– Garatuja Ordenada – Início da coordenação visomotora e do controle do traçado, realizando movimentos longitudinais e circulares.

– Pré-Esquematismo – Aparece a descoberta da relação entre desenho, pensamento e realidade. Os desenhos são dispersos e aparece a figura humana. 

– Esquematismo – Surgimento da linha base, sobre a qual as formas se organizam. Expressão de sentimentos. Conceito definido de figura humana, mas podem aparecer exageros. 

– Realismo – Descoberta do plano e abandono da base. As formas geométricas aparecem com maior rigidez. 

– Pseudo Naturalismo – No espaço, já apresenta a profundidade ou a preocupação com experiências emocionais. A figura humana surge com a presença das articulações e proporções.  

Assim como descrito nas fases acima, o desenvolvimento do grafismo infantil acontece de maneira progressiva, em paralelo à aquisição do conhecimento, da percepção do mundo que as cerca, do ganho da coordenação motora fina e da capacidade de representar de maneira simbólica aquilo que quer ser comunicado. 

Na Tiny People, a linguagem gráfica é explorada na prática diária, proporcionando oportunidades para o desenvolvimento integral das crianças. Além disso, a partir do Tiny 3, é realizado um acompanhamento mensal da evolução do grafismo da figura humana, observando o aprimoramento dos traçados de cada criança, em um projeto nomeado: Human Figure Drawing. 

Referência Bibliográfica:

DERDYK, Edith. Formas de pensar o desenho: desenvolvimento do grafismo infantil.  São Paulo: Panda Educação, 2020.